28 novembro, 2007

Quem planta, colhe













Entre as largas folhas da videira, dourados cachos de “uva moscatel” amadurecem sem pressas no final do Verão.

Quantos desvelos e canseiras, "meninas dos meus olhos":

Regar, podar, levantar a parreira. Livrá-la de pragas e maus tempos...

O zumbido das abelhas, o calor do Sol e o doce aroma da fruta envolvem o vinhateiro que limpa o rosto
suado sorrindo...

Uvas que um dia, transformadas em perfumado e generoso vinho, bailarão na taça que ergo a ti, oh Natureza, Mãe de todos nós!


29 abril, 2007

Telúricos xistos





















Telúricos xistos
abruptos, agudos
esperam o mar

05 abril, 2007

Paz dos peixes (MC – 037)












No seu mundo tranqüilo os peixes deslizam nas águas do lago onde o céu parece também querer mergulhar


04 abril, 2007

Primavera no Japão (H - 236)
























Braços cobertos de flores
a árvore
saúda a terra


Na areia molhada (H - 200)












Na areia molhada
céu e mar
brincam de espelho

11 março, 2007

Envoltas em cor (H - 199)




















Envoltas em cor
passam e deixam no ar
cheiro canela


Suave sorriso (H - 196)












Suave sorriso
pensamento ausente
esperas o dia

10 março, 2007

Casa abandonada (MC - 021)

















Casa abandonada, poucas pessoas a olham de frente, apressam o passo como diante da Velha que nem estende a mão, apenas está, dentro de seu passado.


08 março, 2007

Mãos de trabalho (H - 193)










Mãos de trabalho
tocam delicadas
os frutos maduros


01 março, 2007

Papoilas (H - 165)










Meninas papoilas
bailam graciosas
numa perna só



Presença (H - 191)










Uma flor na casa
é a lembrança
da tua presença



16 fevereiro, 2007

Folhas (H - 128)

















Suspensas do galho
as folhas
agarram-se à árvore


O último "auto de fé" em Portugal (C - 004)

Durante uma visita de estudo a Monsanto senti-me nuito impressionada com a atmosfera geral da cidade e particularmente nesta rua e diante esta casa.
Deixei o grupo de professores meus colegas se afastar, para tentar compreender, ser só sentidos.
E foi silêncio e o tempo como que parado e uma estranha sensação de perigo latente.

Bati a foto e saí quase correndo. Os meus amigos perguntaram se me sentia mal ao me verem tão alterada.

Dias depois, já em casa, lembrei-me duma antiga notícia de jornal em que era referido o último "Auto de Fé" em Portugal (1931). Em breves palavras lembravam como naquela vila aparentemente pacífica o povo queimara uma jovem acusada de bruxaria.
E aí eu revi a serra agreste, as casas de granito, fechadas como fechados e agrstes eram as mulheres de negro que encontramos. não havia crianças nem risos apenas o vento corria solto pela cidade trazendo os cheiros bravios da serra.